sábado, 10 de novembro de 2012

Aula sobre ENDOMETRIOSE

Quero falar sobre um pouco sobre o diagnóstico de ENDOMETRIOSE! Existem várias formas de suspeitar a presença da endometriose e existem algumas formas para se ter certeza! Como podemos suspeitar? Há o diagnóstico clínico... A mulher tem dores durante a menstruação como cólica (dismenorréia), ou começa a ter problema de infertilidade, irregularidade menstrual, dor na relação (dispareunia)... enfim... Esses fatores nos levam a desconfiar e sugerir um quadro "possível" de endometriose. Outros fatores mais raros que possam surgir repentinamente como presença de sangue na urina (hematúria), dificuldade para urinar (disúria), repentina necessidade de urinar (urgência miccional), dor ou sangramento à evacuação, diarréia... tudo isso nos sugere diagnóstico de endometriose. O exame físico pode ser aparentemente normal ou revelar nódulos (vagina, colo, septo reto-vaginal...), espessamento (paramétrio), útero com mobilidade reduzida, e doloroso à mobilização. Enfim, tudo isso pesquisei em diversos textos médicos e já entendi, que um bom médico, pode sim sugerir a endometriose, mas entendo que é preciso complementar e confirmar esta sugestão e existem várias formas pra isso.

Como exame laboratorial existe o marcador mais utilizado que é o CA-125 (anticorpo monoclonal contra antígenos do epitélio ovariano). Mas este não é um exame específico podendo surgir também em outros tumores de linhagem epitelial em enfermidades hepáticas, etc. Na endometriose avançada pode se elevar a níveis superiores a 100U/ml. Deve ser dosado no soro no período menstrual.

Outra forma, que foi a que eu descobri a minha é a ULTRASSONOGRAFIA PÉLVICA. Mas este exame não se presta ao diagnóstico dos casos iniciais. O exame por via trans-vaginal pode sugerir massas anexiais que, por sua ecogenecidade própria nos levará à suspeita de endometriose. Estar atento ao diagnóstico diferencial com corpo lúteo hemorrágico que se apresenta de forma semelhante. Nesta circunstância, o exame realizado no pré-menstrual deverá ser repetido na fase folicular seguinte. A Doppler-fluxometria, pouco específica poderá corroborar no diagnóstico.

Tem também a TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA. Não superam a ultrassonografia na maioria das vezes. São indicados para avaliação do comprometimento retroperitoneal, do trato intersticial e de outros sítios menos freqüentes.

E finalmente, a LAPAROSCOPIA. Esta é um procedimento cirúrgico, diagnóstico de escolha, devendo ser realizada preferencialmente na fase folicular a fim de se prevenir confusões com o corpo lúteo. É minimamente invasivo e é realizado sob efeito de anestesia. Deve-se visualizar toda a pelve, o que é facilitado pelo auxílio da segunda e terceira punções. A superfície ovariana, fossa ovárica, fundo de saco de Douglas ou fundo de saco vésico-uterino, a superfície vesical, a face anterior e posterior dos ligamentos largos, trompas, útero e ligamentos redondos e infundíbulo pélvico devem ser criteriosamente examinados. O advento de vídeo-laparoscopia facilitou esta tarefa e permitiu o tratamento cirúrgico de forma mais efetiva.

Ok. Após criteriosa observação das possíveis áreas afetadas pela endometriose: peritôneo, ovários, fundo de saco posterior, tubas, avalia-se a extensão de comprometimento destas estruturas segundo dados assinalados na tabela desta classificação que corresponderá a pontos. A soma de tais pontos permitirá estadiar a endometriose observada em I(Mínima: 1-5), II(Leve: 6-15), III (Moderada: 16-40), IV (Severa maior que 40).

E o tratamento? A conduta para cada paciente irá depender de seu desejo de gestar, de sua idade, da gravidade, do quadro encontrado (estadiamento). Poderá ser meramente sintomático, clínico, cirúrgico ou resultar das associações destas modalidades.

ESTÁDIO I ou II. Endometriose mínima, leve ou suspeita em paciente com desejo de gestar. Sintomatologia leve ou ausente, níveis de CA-125 inferiores a 50U/ml, ultrassonografia transvaginal "normal", exame físico pouco característico.Tratamento sintomático com antiinflamatórios não hormonais. Não se sabe ao certo se o tratamento cirúrgico traria benefícios para estas pacientes. Questiona-se também esta conduta expectante, já que a evolução dos implantes é imprevisível. Alternativamente para estes casos, sem o desejo imediato de gestar, pode-se adotar contraceptivos hormonais orais combinados com 30mg de etinil estradiol e levonorgestrel. A administração se fará de forma contínua, sem interrupção por 6 a 12 meses. A amenorréia assim obtida e a ação terapêutica desejada, poderão se fazer também com medroxiprogesterona injetável ou dispositivo intra-uterino medicado com levonorgestrel.

ESTÁDIOS III e IV. Endometriose moderada e grave. Sintomatologia leve, moderada ou acentuada, níveis de CA-125 maior que 100 U/ml e/ou ultrassonogafia transvaginal sugestiva de endometrioma, exame físico igualmente sugestível. A propedêutica, vídeo-laparoscópica, que precedeu o estadiamento, já deverá ter assumido algum caráter terapêutico com ressecção, coagulação, vaporização dos focos de endometriose e lise de aderências ou lise dos ligamentos útero-sacros, se necessário.

Depois do tratamento, complementa-se o tratamento cirúrgico com o clínico: análogos do GnRH, danazol, gestrinona e, menos efetivo, progestágenos. Com tais medicações, haverá ausência de menstruação, podendo se realizar controle (CA-125, USG e dosagem de estradiol) no terceiro mês. No fim deste período  poderá ser feita nova vídeo-laparoscopia, naquelas pacientes em que a clínica e exames sugerirem cistos residuais ou aderências pélvicas importantes. Neste último caso, considerar o binômio risco/benefício para, eventualmente, se optar por laparoscopia.

Tá, o texto tá muito técnico porque não é meu, óbvio! Eu não sei de tudo isso! O link com a matéria completa está aí (http://www.hse.rj.saude.gov.br/profissional/revista/36/endom.asp)

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